Nosso amor ficou sepultado, naquela sala onde o tratou passou.
O operário descuidado não notou, que as esteiras pesadas, massacravam nossa história.
- cada lembrança -
Foi de caminhão, direto para o lixão, os pedaços de querer,
Misturados ao concreto, aos restos do teto fedido,
Onde os morcegos, de folga, observavam.
Morcegos testemunhas de tantos beijos.
Beijos perigosos, beijos com medo que a porta abrisse.
Outra maquina veio, arrancou do terreno as fundações daquela sala,
Deixou no barro, tudo plano.
Amor despedaçado, suicida, bomba relógio, tempo marcado.
Fantasma assombrado, acorrentado ao peito, no leito de morte.
Ainda espera. Ainda espero,
Ver teus dentes brilhando, em um sorriso
Magico, daqueles teus.
Hoje te vi atravessar a rua, e te segui com os olhos
Senti o chão tremer.
Como se aquela sala quisesse renascer com uma força tal,
Que nem todos os tratores do mundo poderiam lhe derrubar
Mas você se esvaiu pela rua, e as sombras retornaram
-pequenos diabinhos da solidão-
Teimando em escurecer meu coração,
e não deixar esquecer,
que mesmo sem nunca poder te ter,
perdi você