Ando pela rua e vejo nas janelas dos ônibus,
mulheres que se parecem contigo.
Mas não são.
Na fila do banco a garota saca cem reais, mas não, não é quem eu pensei que fosse.
E claro que não seria, a cinco mil quilômetros de distância.
A vendedora da livraria oferece livros de poesia, mas não compro. Os poemas lembram a cor dos teus olhos.
E para que mais recordações?
Para quem, essa horta com verduras que sempre morrem?
Improdutivas.
E por que eu te procuro onde sei que não estás?
E por que meu coração acelera, quando olho de relance, mulheres que me lembram de ti?
Perguntas, perguntas, perguntas.
E o tempo nada de responder.