quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Venha ver o por do sol

 A palavra eu tenho

A palavra intacta

Leve para onde levo

A medida exata

Corro mundo me despeço

Do verde da mata

Ignorante não sabia

que o sal da água mata

E o mar é como o amor

Bonito na medida exata

Mortal se uma gota ingrata

Transborda a linha que traça

A onda na praia

A faca na carne

Os olhos que ardem

Na salmoura do mar

Vertem agua no deserto de amar

O amor de menos maltrata

Pouco: faz falta

Muito: afoga e mata


segunda-feira, 28 de março de 2022

Girassóis de Magma

No caminho da felicidade a cabeça formiga.

A narina dilata.

E a vontade dilui

Em fogo, suor e cheiro de neblina densa.


No caminho da felicidade o tempo se dobra.

A carne crepita.

O coração freme.

E o corpo se funde.

Em delírio, vertigem e respiração suspensa.


Como um jorro violento de vontade. 

Derretendo: 

Ossos. Pele. Pelos. Olhos. 

Pétalas do girassol de magma.


Um oceano de lava e arrebatamento.

Ruindo as muralhas da fortaleza.

Deixando na terra cinzas

Tempestade e correnteza

Tingindo o céu de vermelho.

E a vida de incertezas.