sexta-feira, 26 de abril de 2013

Dois

Eu bebo todos os dias a realidade
no café da manhã, no almoço, na janta.
Respiro o concreto, o certo, o que não é mutável.
Entendo todas as questões, teoremas, formulações.
Sei que não ficaremos juntos.
Tão certo como dois e dois são vinte e dois.
E mesmo estando saciado, cheio destas certezas, que me consomem pela manhã,
me dilaceram pela tarde, me sufocam nas noites de céu estrelado.
Não consigo te esquecer.

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