Eu escrevo para desaguar esses sentimentos.
Escrevo para dar vazão.
Não é tanto a qualidade literária dos escritos
porque resistem pouco a qualquer análise.
Mas pelos sentimentos impregnados nas letras virtuais.
Escrevo porque ninguém se interessa em entrar nesse ambiente.
E os que entrarem nessa piramide nunca decifrarão os hieroglifos dessas paredes.
Dessa ilha. Dessa terra particular
construída por nós.
Eu penso as vezes que tudo é insignificante.
Que tudo pode ruir pois se sustenta em colunas
que a isostática não pode explicar.
Nessas colunas abaladas por forças descomunais
a saturação, o cisalhamento, o estress das peças parece inevitável.
Mas de repente eu me vejo chorando em uma ruazinha deserta.
E vejo que a elasticidade do material utilizado na fabricação desse mundo
e maior do que cabe na compreensão.
Porque é um mar que não seca.
É uma nascente de sentimentos.
Vai passar, vai passar, vai passar.
E não passa.
É como a constante sensação de cair.
Mas o fundo não chega e a aflição da queda não passa.
Escrevo para complicar, para demolir, para bagunçar.
Já desisti de tentar entender e os livros que venho lendo não trazem
uma unica formula que me dê solução.
Para quem lê de fora dessa terra
esses escritos são o tempo perdido de algum desocupado.
Mas para os dois únicos habitantes desse cometa furioso
as palavra ganham contornos dramáticos.
E na construção do texto não cabe rima, nem métrica, nem coesão
nem lógica, nem hora certa.
Porque a própria desordem das palavras espelha a falta de sentido.
E para que me serve a vida lá de fora.
Se eu so consigo ser feliz sendo completamente triste.
E que me importa se é uma contradição.
Contradições so existem no mundo palpável.
Esse aqui é o inventado.
É o mundo construído sobre bases irreais
Eu escrevo.
Eu desenho e vou colorindo os momentos
com palavras.
Com palavras.
Com as palavras:
Sementes de mundos.