Quando vejo uma ruína
me pergunto:
Te encontrei aqui?
Será que te beijei
naquele prédio demolido?
Será que te abracei
nessa rua que a cratera engoliu?
No pátio do mercado
falido
Te apertei contra o
meu peito
Sem ter piedade dos
funcionários desempregados
Porque onde
teimamos em nos ver:
Todos os lugares.
Todas as construções.
Todas as cidades.
Pagaram.
Nossa felicidade é
convertida em destruição ruidosa
Os carros batem.
Os motores explodem.
O céu desaba em
tempestade furiosa.
Os rios alagam em dilúvios
colossais.
Vulcões
ensandecidos.
Terremotos separando
as placas continentais.
Nós saímos quase
imunes.
Somente algum arranhão,
hematomas,
vermelhidão,
perda dos sentidos,
lábios arroxeados
e o coração
partido.
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