segunda-feira, 22 de julho de 2019

Eu sou o jardineiro inábil.


Eu sou o jardineiro inábil.
Imprudente, atordoado.
Cultivo gramíneas
e corto rosas pelo talo.
Pelo caule.
Rego ervas daninhas
E mato desidratado
O verde de todo o vale

Do amor
Eu sou
O ceifador

E não mereço colher
A orquídea de Kinabalu
No caminho dourado
Da felicidade

Viver
O sonho
Como?
Se eu sou o jardineiro inábil

Do amor
eu sou
o ceifador

Não posso segurar teu coração.
Eu retalho
com minhas mãos de tesoura
com meus dedos de navalha
estraçalho
qualquer possibilidade de colheita

Eu sou o jardineiro inábil
E trago a promessa
de terras estéreis,
Inférteis,
concretadas.

Eu habito um mundo subterrâneo
Eu sou como as raízes
Sustentando a superfície verde
Na qual outros serão felizes.

N escuro da minha condição
Na solidão da minha inabilidade
Eu não mereço colher
A orquídea de Kinabalu
No fim do caminho dourado
Da felicidade

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