segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A Despedida

A despedida é a morte da esperança.
O dia inevitável.
Quando navalhas cortam a carne,
E separam os que se amam.
A despedida é a noite que não acaba.
Quando todos os vínculos físicos são partidos.
Em milhares de cacos, os sorrisos quebrados ficam espalhados pelo chão.
Na despedida chove. Mesmo que ninguém possa ver
E o caminho fica enlameado.
Com aquele barro que não desgruda fácil, que não desgruda nunca.
É a lama da saudade travando as engrenagens do dia dia.
Após a despedida, por fora tudo segue normal:
Os ônibus passam, os aviões continuam caindo, os santos não fazem nenhum milagre.
Mas por dentro todo dia é 6 de agosto, por dentro é sempre Hiroshima.
Só quem tem a lama da saudade grudada no sapato, nos cabelos, por dentro do peito,
Sabe o tamanho do estrago.
Só quem sente o que eu sinto, quando passo na tua rua,
Pode entender desses assuntos.


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