quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Me senti naquele hotel, naquele quarto.
O teu olhar é aquele, daquela noite.
É como um sonho que revivo
Te amo

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

As ondas que molham a areia da praia,
Não apagam o que sinto por ti.
Meu coração está mais além.
Guardado contigo.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Eu morrerei de tristeza

O amor queima como o carvão incandescente,
na forja do ferreiro que bate, modela e transmuta,
aço, fogo e suor, em espada que cortará a carne
dos inimigos

O amor flui como a chuva
Caindo sobre montanhas, esculpindo na terra,
formas eternas como o próprio amor.
Morros-testemunhas de outras eras.

O teu amor, no vai-não-vem da vida
Fica guardado em meu peito.
Como fogo destroçando as florestas do mundo.
Como alagação de rio,
Que varre tantas terras.

A natureza e o amor são igualmente belos
São igualmente doces, malévolos, vis.
São igualmente terríveis.

O amor é a própria forja do ferreiro.
O amor é o martelar no aço.
O amor é moldar o aço.

É transmutar dor em doçura.
Transformar temor em ternura.
É bater com força na realidade,
e cortar com a espada da coragem,
A carne da covardia nossa de cada dia.

Mas o amor é maior que a natureza,
na medida que não tem medida.
Na perspectiva de não ter saída.
Eu morrerei de tristeza.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

O teu sorriso flutua no ar como beija-flor.
Como gota de chuva.
Como folha que cai e renova a vida da planta.

O teu sorriso se espalha como água, por entre as pedras,
quando as ondas batem mansas.

O teu sorriso me leva para outra realidade, para não sei onde.
O teu sorriso desmonta peça a peça convicções, certezas.
O teu sorriso é esse colorir-descolorir o mundo,
Quando vai a noite e vem o dia.
E não é meu.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

O cheiro, Milena, dessas flores, me lembra teus cabelos.
As flores a venda na calçada, não fazem ideia do que acontece no mundo.
Do que acontece na vida das pessoas. Do que acontece conosco.
Elas tentam, tentam, tentam tanto, no pouco tempo que tem de existência,
imitar teu cheiro, tua beleza, teu sorriso de estrela.
Coitadas!
O cheiro já te disse, me lembra, de longe, o cheiro dos teus cabelos.
Mas o que tem de belo em ti, não pode ser emulado por uma flor.
Eu trago minhas mão cheias dessas coisas de amor,
E não sei o que fazer com elas.




Olho para o mar, para a linha do horizonte.
A tarde vai envolvendo o dia.
Você não vai chegar.

As águas salgadas batendo nas pedras,
lembram a insistência,  da lutra contra o inevitável.
Crianças brincam na praia, mas.
Você não vai chegar.

Gente do mundo todo passeia nessa calçada, e vai embora.
Eu sou como areia atritando, machucando, incomodando teus pés.
Não quero passar nunca. Mas sei que as águas do esquecimento varrem tudo.
A noite, no limite do céu, a solidão encontra com o mar.
Você não vai chegar.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Ando pela rua e vejo nas janelas dos ônibus,
mulheres que se parecem contigo.
Mas não são.
Na fila do banco a garota saca cem reais, mas não, não é quem eu pensei que fosse.
E claro que não seria, a cinco mil quilômetros de distância.
A vendedora da livraria oferece livros de poesia, mas não compro. Os poemas lembram a cor dos teus olhos.
E para que mais recordações?
Para quem, essa horta com verduras que sempre morrem?
Improdutivas.
E por que eu te procuro onde sei que não estás?
E por que meu coração acelera, quando olho de relance, mulheres que me lembram de ti?
Perguntas, perguntas, perguntas.
E o tempo nada de responder.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Vinte de Maio

Passarinhos sem asas morrem.
Vinte de maio. Cai como bomba.
Vinte de maio. Chega como morte.
Não me de esse beijo sangrento,
Esse adeus afiado.
Tua boca não foi feita para me desprezar,
mas mesmo ela insiste, destrói, implode.
Eu sei, não temos nada. Eu sei
Mas mesmo tendo tantos espinhos na mãos,
te perfurando, te rasgando nos dias de solidão.
Não me deixe de herança esse 20 de maio, esse até nunca.
Passarinhos sem asas morrem.
Sonhos são as minhas asas. guarda essas tochas.
Pára.    

terça-feira, 6 de maio de 2014

Estamos vivos.
Vivos.
Sofremos.
Mas vivos.
E vivos seguimos
Com o gosto doce-amargo da vida na ponta da língua.
Vivos.
E cultivando sonhos em campos áridos.
Jogando sementes de sonhos em covas, de campos inférteis.
Meu amor, mesmo com a tempestade, com a desesperança
e o horizonte sem futuro.
Ainda te amo

quinta-feira, 13 de março de 2014

Os deuses loucos tentam destruir Porto Velho
Alagar cada rua, cada beco, cada quarto de hotel
O que será que eles pensam
Não, os deuses não pensam
Eles só existem para nos perseguir
E Porto Velho deve estar pagando o preço
Por permitir.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Retorno

São eles.
Estão la fora,
Arrancando de nossa carne cada sonho.
Já tentamos esquecer, já tentamos lutar, já tentamos viver.
E tudo foi inútil.
Mas no único lugar em que eles não podem alcançar você vive:
Aqui dentro.
Não posso te pedir nada, não posso te dar nada,
Mas escuta:
Eu te amo!