quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Caminho da Tristeza

Estou sentado na beira dessa estrada empoeirada:
O caminho da tristeza.
Olho para os que passam, com olhos de fadiga.
Depois daquela noite o mundo é uma eterna repetição.
Tento respirar, estendo a mão.
Você não está
Livre, nem perto. Então sonhar, com o que?
Se teus braços são a casa de todos os sonhos.
Se teus beijos são a fonte de todo o calor do mundo.
Se tua voz preenche a alma. A tarde calma se esvai
Levando meu sorriso cansado.
Estou sentado, ou deitado, ou morto
Já não sei
Na beira dessa estrada, do caminho da tristeza.
Te espero, sem esperança de te ver, mas espero


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Busca

Te procuro nas mulheres passam na rua,
preocupadas com os horários dos ônibus
Te procuro no formato das nuvens.
Te procuro nas calçadas, nos bancos das praças, nas filas de banco.
Te procuro nas águas turvas do rio, e nos barrancos.
Te procuro na precariedade da minha vida.
Te procuro no sonho, no infinito, no improvável.
Nos versos que não escrevi, pela simples incapacidade de ver doçura no impossível.
Te procuro em mim.
Te procuro.
Alerta, anoite, com os faróis ligados.
Para que na tempestade, onde te procuro e não acho.
Teus cabelos dourados sejam iluminados,
E eu possa sair dessa escuridão.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Eu te amo.
Mesmo que o tempo, a distância e o universo sejam contra.
Ainda assim, te amo.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Onde mora a poesia

A poesia mora na tua pele.
Ela se aninha no teus seios.
A poesia reside em cada pelo dourado do teu corpo,
em cada poro.
Cada gota do teu suor e
no gosto doce da tua saliva.
Dentro dos teus olhos.
Teus lindos olhos faiscando no quarto semi escuro.
Iluminando nosso caminho, ladrilhado com tijolos de desespero.
A poesia está guardada na tua boca, por entre teu dentes desenhados.
No teu sorriso solar.
A poesia dorme agarrada nos teus cabelos, espalhados pelo travesseiro, como uma cachoeira
de pequenos versos.
Cada fio do teu cabelo é um poema de amor.
A poesia faz casa dentro de ti, e se revela quando tu exala essa força que tem dentro do peito.
Ela escapa por entre as silabas das tuas palavras de carinho.
E constrói um universo de sonhos, quando simplesmente pronuncia
a palavra amor.
Talvez por isso, sinto um formigamento por dentro da cabeça, quando te vejo.
E sei que brota uma flor no mundo cada vez que tu ri.



quinta-feira, 25 de julho de 2013

Ressaca

Já não durmo a noite
Por que quero que todas sejam iguais aquela e não são.
Nunca serão como aquela noite

Depois de provar o gosto da tua boca.
Entro pela boca da noite adentro em desespero.
Procurando aquele sabor perdido.

Depois de deitar no teus braços,
e morder tua pele com furia.
Tudo no mundo ficou menor.

Ondas de agonia chegam no meu peito a cada trinta segundos.
Por que te amo.
E me afogo na desesperança.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Apartamento 509, segunda parte.

No quarto de hotel você não me entende.
Sou o retrato da incompreensão.
Eu quero o amor,
E não a noite que acaba rápido.
Quero a alma e não somente o corpo.
Quero a parceria e não o adeus sem vida.
No quarto de hotel, carrego o mundo para o quarto.
E não consigo. De fato, não consigo.
Dar vasão a represa das angustias.
Abrir as comportas das águas mortas.
No apartamento 509 sou menos do que outros.
Me sinto mal.
Queria ser e não é possível.
Um pouco menos que teu amigo.
Enganar, mentir e ir embora.
Mas teus beijos me puxam para dentro.
Teus olhos arrancam as certezas.
E me rendo.



Apartamento 509

Meu amor!
Qual a solução desse mistério.
Que musica cantaremos, quando subirem os créditos.
O fim do drama,
Talvez seja sonho, ou cemitério.

Um campo minado em nossas casas

Sementes de dor,
escorrem de minhas mãos.
Vou plantando em teu caminho,
esperança e desilusão.
Morremos divididos,
Entre os que nos cercam.
Como se tivéssemos,
uma bomba em cada mão.
Uma granada em cada palavra
Um campo minado em nossas casas.

O temor da noite
O teu nome em minha boca quando durmo.
Quando sonho.
O teu gosto, o teu rosto, os teus pêlos.
Me assombram pela noite a dentro.
Pela madrugada afora.
Um campo minado em nossas casas
E nós?
Sinceramente,
Não sei.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Caixa de lembranças

A última página do livro.
As últimas linhas.
Ao fechar, a capa encobrirá todas as manhã,
o pé de goiaba, a sala, o sofá, as conversas:
A irmã que casou, a outra que separou,  a mãe que foi embora.
Eu ficava tão feliz ouvindo as historias.
Me via fazendo parte da família,
E dividindo todos aqueles problemas em parte iguais,
Ou pelos menos, segurando a tua mão, quando você chorasse.
Nunca mais!
Ninguém lerá nossas palavras.
Que amarelaram antes de florescer.
Linhas tortas, escritas erradas.
Agora não sei onde guardar essa caixa de lembranças.
Tão pesadas!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Dois

Eu bebo todos os dias a realidade
no café da manhã, no almoço, na janta.
Respiro o concreto, o certo, o que não é mutável.
Entendo todas as questões, teoremas, formulações.
Sei que não ficaremos juntos.
Tão certo como dois e dois são vinte e dois.
E mesmo estando saciado, cheio destas certezas, que me consomem pela manhã,
me dilaceram pela tarde, me sufocam nas noites de céu estrelado.
Não consigo te esquecer.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Milena, aqui.


Milena sorriu.
Ela olha a rua, o movimento mormacento do dia a dia
Risos de Milena,
são como flores espalhadas.
São como polem desprendendo,
do bico do beija-flor.
E flutuando ao vento,
vão semeando mais alegria.

E quem não se encantaria?

sexta-feira, 5 de abril de 2013

A prisão do Caminho da Felicidade


Dizem que existe um pote de ouro no final do arco-iris.
Não sei.
Sei onde existe um pote de mel.
Um ramalhete de flores.
Um gosto de vida.
Uma vertigem.
Uma fantasia.
Um- não- sei- o -quê, que destrói toda a vontade.
Faz com que o certo se transfigure em incerto.
Faz do errado, o desejo que queima a pele.
E da segurança, uma bobagem.

Dizem que o ouro realiza qualquer anseio.
Não sei.
Sei que não pode comprar um segundo, dos raios daquele sol.
Lá onde minha alma jaz aprisionada.

No fim do caminho dourado.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Eu Desejo



Eu desejo mais do que a tua carne.
Eu desejo estar dentro dos teus ossos.
Passear pela tuas veia e vasos.
Mergulhar nas artérias,
e ser expulso do teu coração em cada batida

Eu desejo mais do que tocar a tua pele.
Desejo mais do que teus dentes.
Mais do que as tuas unhas, cravadas na minha garganta.

Desejo o que não é palpável.
Desejo o imponderável.
Desejo ter a tua alma.
O teu gosto, o teu querer.
Desejo me misturar contigo de uma forma tal,
que a faca mais afiada da propaganda, não possa separar em bandas.
E desejo, sobretudo, que o mundo,
vire de cabeça para baixo.
E que toda essa loucura,
possa ser, logo, realidade.

terça-feira, 26 de março de 2013

Abandono

As paginas dos livros amarelam com o tempo.
Vão queimando lentamente, mudando de cor.
As fachadas das casas precisam ser pintadas, todo ano.
Ou desbotam e denunciam o desleixo do dono.
Os amores guardados no peito.
Desbotam, amarelam, mudam de cor.
Mas insistem em não morrer, em não murchar.
Contra a vontade persistem, parafusados a carne
Talvez esperando uma nova mão de tinta
Ou, não sei o que.


terça-feira, 12 de março de 2013

Efeito Borboleta

Não sei o que você está fazendo agora
Se estiver chorando 
Não é hora
Se estiver sorrindo, 
Ainda bem
Se estiver cozinhando, 
Quero também
Se estiver sonhando, 
Me leva junto
Se precisar de ajuda, 
Estou ao lado

Se odiar as segundas, 
Fiquemos deitados
Esperando o sol nascer
Conversando sobre
Esse delírio
Planejando como vão ser
Os nossos filhos
Que ainda vão nascer
Na outra vida
Na outra rota
Alternativa
Da vida que não tivemos

Sangra nosso peito em segredo
Querendo tudo diferente
Mas nos cruzamos, como estranhos
Em um mundo em que deuses
Conspiram
E roubam cruelmente
Todas as possibilidades
De que o delírio seja a verdadeira realidade
E deitados conversando,
Brincamos de pensar como seria
Se não estivéssemos juntos

Mas não, os deuses com inveja dos teus beijos
Nos colocaram para viver a realidade dura
E sabotam nosso caminho para a felicidade
Onde outros, como você já sabe
Colhem nossas flores, distraídos
Na brisa leve da tarde

Contra o querer do deuses
Nos encontramos, e nos amamos
Mas quando eles perceberam
Com toda a crueldade
Mudaram tudo outra vez
 E já era outra realidade.
Colocaram nós dois bem longe
Um em cada cidade

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Ilusões

Eu quis trancar a porta e esquecer que tinha que chave
Eu quis esquecer o caminho até a sala
Deixar lá, toda a história, empoeirando
Eu pensei que poderia, que seria fácil

Vejo que eu é que fiquei trancado
Eu é que estou trancado
Na irrealidade
Na falsa esperança

Todo dia é de manhã
Todo dia tem melancolia
Todo dia eu espero ver você chegar

Mas você nunca vem
Não chega
E eu sentado no sofá da sala, acordo
A sala já não existe
O sofá já não existe
As manhãs não existem mais
Você também já não existe
É  só uma voz do outro lado da linha
Em outra cidade
Dizendo "oi" e "até mais"

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Agora ta chovendo aqui. Eu morro de saudades do tempo em que agente parava tudo, pra ficar conversando, nas manhãs chuvosas.
Depois desse tempo, sinto que poucas coisas na minha vida me fizeram tão feliz, quanto conviver com você.
Tudo acaba, mas parece que os melhores momentos acabam antes do tempo, e deixam esse buraco dentro da gente.
Eu sinto muita falta de você, da tua companhia, das tuas histórias, da tua luz, da tua força.
Até hoje, em tudo que faço, me inspiro em você, tento ser como você. A tua coragem deixa a gente com vontade de ser igual a você.
Te levo comigo pra onde eu for, aqui dentro, onde a inveja não alcança. E mesmo sendo ruim sentir essa falta, tua lembrança é doce, é colorida, é ensolarada.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Sintomas

Nostalgia
É um tipo de saudade estranha
O sintoma é sentir falta do que não se viveu
E  vontade de reviver todos os momentos bons 
Aqueles que o tempo varreu.

Depressão
É uma espécie de tristeza escura
Onde o paciente não consegue ver as portas.
A vida tem gosto de água suja
E as horas são todas mortas

O único remedio é viver.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Milena

Flores
poderiam se chamar
Milena
Não faria a mínima diferença.

Quem batizou o sol
Não poderia saber
Que o sorriso de Milena
faz a noite se esconder

A tarde a brisa corre pelas arvores do quintal
Milena é o vento,
Levando as nuvens de chuva para a imensidão.
Que também não se chamam Milena,
Por falta de imaginação



Corro a noite louco pela cidade

Por favor me acorda as 06:00
Me diz de uma vez
que isso tudo foi um sonho

Olha, eu ate acreditei
Que em uma noite, na tua rua
Eu te beijei

Ou não, já nem sei.

Corro a noite louco pela cidade.

Por que daqui de dentro não percebi se te magoei
Mas os loucos,
O que sabem?
Alem de sonhar
Com impossibilidades


Pequenas Falsas Alegrias

Hoje, com meu coração dilacerado pela saudade,
Quero ouvir uma canção ensolarada.
Quero ler um livro alegre,
E ouvir uma historia animada.

Quero olhar para a rua e ver as pessoas que passam.
Admirar como tanta gente sem rumo,
Não percebe que eu morro de saudades de ti.

Vou desenhar aqui uma casa, um sol e uma arvore.
Vou escrever um bilhete que você nunca recebera.

Mas nada disso, me faz esquecer que te amo.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Dez poemas para quando você for embora


Poema No 01
Teus dentes foram talhados a mão
Trabalhados com cuidado
Primeiro foram desenhados no marfim
Rabiscados com lapis 0.5
Depois o artista celestial iniciou o processo de entalhe

Cada siso, cada canino, cada molar
32 exemplares únicos da perfeição
Guardados na tua boca
Adornados por dois labios carnudos e poderosos
Tão perfeitos quanto os dentes
E os teus olhos
Fazem do castanho

A única cor importante no mundo
Nada mais interessa


Poema No 02
As mão passeiam no ar
Presas nos braços
Suspenças
Me parecem maiores do que são
Dão a impressão que podem arrancar
Do peito, o coração de qualquer um
Tão rápido que ainda continuaria pulsando fora da caixa toraxica
Foi assim que você fez comigo

Poema No 03
A arte de tornar o impossível possivel, é a Loucura
A técnica de viver o improvável, é a Ilusão
A ciência de transmutar segundos em eternidade, é a Coragem
E temos as lembranças
Para saborear lá pelas dez da manhã
Quando dá fome

Poema No 04
Eu falo tudo com dureza, com secura, com arestas
Com aspereza
Eu falo tudo com quase nada
Com poucas palavras, de poucas letras
Palavras sem poesia, se arte, sem rima
Eu me canso desse escuro
Mas não acendo a luz
E mesmo que você não volte para consertar esse estrago
Espero o teu retorno
Com um sorriso luminoso
Para clarear essa noite escura
E me contar as ultima novidades

Poema No 05
O caminho da felicidade somente pode ser percorrido uma vez

Porque ao chegar lá morremos
E não podemos mais fugir do inevitável
A sensação mais maravilhosa do mundo, do universo, dessa dimensão
É tocar o caminho da felicidade com a boca, com a derme da face,
Provar com as papilas da língua
E se empregnar com a bruma
Somente assim nos sentimos vivos

O caminho da felicidade é para poucos
Para os escolhidos
Mas somente poderá ser feliz, no caminho da felicidade
Aquele que sabe que está ali
Aquele que ao chegar
Reconhece, com desespero, que em nenhum outro lugar
Existe aquele dourado delirante
Aquele sentimento sufocante
Aquele fogo
Eu soube, eu sei, eu saberei
A vida é repleta de tesouros transitórios.
E o que nos mata é o "nunca mais"

Poema No 06
Alegre a chuva molha as folhas
Molha o capim e umedece o teu caminho
Te faz atrasar e oprime meu peito
Imagino quando você faltar
Sei que navalhas cairão do céu
E o folidol vai matar as ultimas flores

Lágrimas escorrerão para dentro, num caminho inverso
E serão amargas
Nada que o resto de nossas vidas não resolva

Poema No 07
Foram dias bons
Com toda correria
Com toda pressa
Com toda urgencia
Foram dias bons
Segredos
Cumplicidade
Foram dias bons
Medo
Frio na barriga
Pressão
Foram dias bons
Sorrisos pela manhã
E você enfeitando minha vida.

Poema No 08
A cadeira olha triste
Provavelmente lembrando teu sorriso
Ele ainda vaga no ar
Assombrando, e nao deixando que eu esqueça
Que a saudade amarga, mata, espinha
Corroe minha alma
Talvez ela não seja imortal
Porque sinto que alguma coisa morreu aqui dentro

Poema No 09

Natal


O presente que eu queria
Era teu abraço quente
Teu sorriso de todo dia
Nossa amizade inocente

O presente que eu queria
Era te dar o que não posso
Era te amar por entre os destroços
Das vidas que abandonaríamos

Não posso pedir presentes
Pois um dia te abracei, um dia te beijei e segurei a tua mão
E arranquei do peito e te entreguei
Sem remorsos, meu coração.